Blanc de noirs é um conceito francês para vinhos brancos feitos a partir de uvas tintas. Lá por fora é comum, por cá, nem tanto.
Em 2008, Duarte Leal da Costa, dos vinhos Ervideira, comprou umas garrafas estrangeiras e deu-as a provar ao seu enólogo, Nelson Rolo. Este, desconfiado, cheirou e provou os vinhos e disse: "a Ervideira nunca fará m... destas".
Representante do clássico humor alentejano, Duarte ripostou: "Porreiro, vamos então produzir uma m... com categoria".
E assim nasceu o Invisível, no dia 1 de abril de 2009, que se transformou num caso de sucesso em Portugal, com a produção a chegar às 500 mil garrafas em 10 anos.
A ideia foi apresentar um vinho branco com aromas de uma casta tinta, no caso a Aragonês. O mercado nem teve tempo de estranhar, visto que o vinho entrou rapidamente em moda na companhia de comida asiática, cá dentro e lá fora.
Só por isso o empresário e o enólogo merecem aplausos.
É polivalente, mas com limitações Irreverente como de costume, Duarte Leal da Costa pretendeu há dias demonstrar que o Invisível, à mesa, vai a todas. Ora, são necessários alguns cuidados.
Com entradas frias e com uns filetes fritos e uma bela açorda a puxar ao alho (Solar dos Presuntos), o vinho funciona na perfeição. Já com um cabrito a coisa só fará sentido se o bicho for grelhado com umas pedras de sal.
Com um pudim do Abade de Prisco, um espumante Ervideira faria muito, mas muito melhor serviço.