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Correio da Manhã

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Cinema: Estreia de "O Prazer e o Tédio"

O filme "O Prazer e o Tédio", do cineasta português André Graça Gomes, adaptado do romance do mesmo nome de José Carlos Barros, realizado sem financiamento e com actores amadores, estreia esta sexta-feira em Boticas.
3 de Agosto de 2012 às 09:24
"O Prazer e o Tédio" é uma adaptação ao cinema da obra homónima de José Carlos Barros, escritor e romancista nascido em Boticas, que fala da angústia do mundo rural.
'O Prazer e o Tédio' é uma adaptação ao cinema da obra homónima de José Carlos Barros, escritor e romancista nascido em Boticas, que fala da angústia do mundo rural. FOTO: D.R.

A longa-metragem foi rodada na vila de Boticas sem qualquer financiamento e com actores amadores residentes no concelho. Por isso, a estreia acontece hoje na vila aonde "o filme nasceu" e ao ar livre, pelas 22h00 horas.

"O Prazer e o Tédio" é uma adaptação ao cinema da obra homónima de José Carlos Barros, escritor e romancista nascido em Boticas, que fala da angústia do mundo rural.

José Carlos Barros, de 49 anos, ganhou duas vezes o Prémio Nacional de Poesia Sebastião da Gama e a sua obra está publicada em várias línguas.

A Câmara de Boticas, em comunicado enviado à agência Lusa, referiu que o livro e o filme contam histórias de amor e desamor num mundo que parece caminhar inexoravelmente para a ruína: o mundo rural.

"Trata-se de uma narrativa feita a várias vozes para compensar a dificuldade ou a impossibilidade de estabelecer uma narrativa unívoca dos acontecimentos", acrescentou.

O filme foi produzido, realizado e interpretado por pessoas que estão, de alguma forma, ligadas à região do Barroso, nomeadamente a Boticas.

Os actores são amadores e, a sua grande maioria, integra o Grupo de Teatro Fórum Boticas.

A realização do filme, sem apoios estatais, foi conseguida com o apoio da autarquia local, estabelecimentos comerciais, restaurantes, unidades de turismo rural e uma "forte e espontânea" participação da população local.

"O Vidago Palace Hotel, por exemplo, cedeu um velho autocarro dos anos 1920, sem o qual teria sido complicado filmar a chegada pela primeira vez à vila da camioneta de carreira", frisou o município.

"Todos sentiam que o filme tinha a ver consigo e com a sua terra, isto apesar de se tratar de um filme de autor e não de um qualquer objecto de promoção turística".

"O Prazer e o Tédio" só se tornou num objecto de arte, depois de ser um "fantástico" acontecimento social.

No dia 14 de agosto, o filme do jovem cineasta português é exibido no Auditório Municipal de Montalegre, seguindo-se depois as cidades do Porto e Lisboa.

O cineasta André Graça Gomes, de 27 anos, estudou Artes Plásticas na Escola de Arte e Design das Caldas da Rainha e tem vindo a desenvolver trabalhos em vídeo, cenografia para teatro, pintura e desenho.

"O Prazer e o Tédio" é a primeira longa-metragem do cineasta que, em 2008, realizou um vídeo-arte sobre Caravaggio e a curta-metragem "Os Fantasmas da Memória". 

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