O anúncio do cancelamento da edição deste ano do Festival Glastonbury (um dos maiores da Europa e do Mundo) voltou a trazer para a ordem do dia a viabilidade dos eventos musicais de verão e a fazer soar os alarmes junto do público, autoridades e promotores.
Paul Reed, da Association of Independent Festivals (AIF), afirmou ao ‘The Guardian’ que a questão de Glastonbury pode trazer ramificações para o resto do circuito de festivais e referiu que, dado o "seu significado cultural e global", pode vir a definir "o tom em termos de confiança do público para o que está por vir."
A CNN noticiou que o anúncio de Glastonbury tinha sido recebido com "nervosismo" pela indústria musical, enquanto o ‘NY Times’ escreveu que a notícia tinha deixado a Europa em choque numa altura em que muitos promotores europeus pediam ajuda aos respetivos governos. Olivier Garnier, do Hellfest, um dos maiores festivais franceses, dizia àquele jornal que o caso de Glastonbury "é um péssimo sinal".
Por cá, Álvaro Covões, da Associação de Promotores de Espetáculos, Festivais e Eventos (APEFE), desdramatiza, lembrando que Glastonbury foi adiado agora por ser um evento que "demora muitos meses a construir", preferindo recordar que na Nova Zelândia foram realizados recentemente vários festivais, um dos quais juntou 20 mil pessoas.
"O Mundo está desorientado. Há quem prefira não fazer, mas nós estamos otimistas e queremos trabalhar para fazer."