‘Pai’ de Michel Vaillant morre aos 97 anos
Autor francês assistia a corridas e privava com pilotos para construir a personagem.
Miguel Azevedo
22 de Janeiro de 2021 às 08:31
É uma das personagens mais reais da história da banda desenhada. Michel Vaillant, o célebre piloto da Fórmula 1 que apareceu pela primeira vez em 1957, foi criado de forma tão fidedigna que muitos chegaram a pensar que ele existia mesmo. O seu criador, Jean Graton, que fez questão de assistir a centenas de corridas e de privar com vários pilotos para poder construir o herói, morreu ontem aos 97 anos em Bruxelas, Bélgica.
A editora Dupuis classifica-o de “monstro sagrado” e coloca-o no mesmo patamar de nomes como Franquin (criador de Spirou), Albert Uderzo (Astérix) e René Goscinny (Astérix e Lucky Luke). Apaixonado pelo desporto motorizado desde miúdo diz-se que inspirou corredores e até jornalistas desportivos.
Nascido em Nantes, França, a 10 de agosto de 1923, Jean Graton mudou-se para Bruxelas em 1947 onde trabalhou em empresas de animação e publicidade. Foi contratado pela revista ‘Spirou’ em 1952 e, mais tarde, pela revista ‘TinTin’, onde em 1957 apareceu então, pela primeira vez, Michel Vaillant.
Jean Graton reformou-se em 2004, altura em que já tinham sido editados cerca de 70 livros do piloto. A série seria retomada em 2012, já com argumento do filho, Philippe Graton.
Livros inspirados em Lisboa
Entre os livros da série Michel Vaillant que Graton escreveu, há dois com histórias passadas no nosso país: ‘Rali em Portugal’, de 1971, e ‘O Homem de Lisboa’, de 1984.
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