Último adeus a Eduardo Lourenço, o grande pensador português
As mais altas figuras do Estado renderam uma sentida homenagem ao filósofo que morreu a 1 de dezembro.
João Saramago
4 de Dezembro de 2020 às 08:51
É esta quinta-feira sepultado na sua terra natal o pensador Eduardo Lourenço, que morreu terça-feira com 97 anos, em Lisboa. Autor de mais de 40 obras, o filósofo nasceu a 23 de maio de 1923 em São Pedro do Rio Seco, no concelho de Almeida. A missa de corpo presente celebrada esta quarta-feira na Igreja dos Jerónimos, em Lisboa, ficou marcada pelas palavras sentidas do cardeal D. Tolentino Mendonça.
O cardeal, fixado no Vaticano, lembrou a dedicação de Eduardo Lourenço para com a mulher, Annie Salamon, que morreu exatamente sete anos antes do ensaísta, a 1 de dezembro de 2013. Lembrança também para o afeto expresso para com os pais: o capitão do exército, Abílio Faria, e Maria de Jesus Lourenço.
Pelo trabalho intelectual desenvolvido para o “bem comum”, Tolentino Mendonça referiu que “o caixão de Eduardo Lourenço tem a forma de Portugal”. “Numa conversa sobre Jesus”, recordou o cardeal, Eduardo Lourenço chorou”. Também o cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, lembrou o homem de fé quando afirmou: “A presença de Deus ultrapassa a nossa expectativa.”
Renderam homenagem na cerimónia religiosa cerca de uma centena de familiares e amigos, assim como as mais altas figuras do Estado: o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e os anteriores chefes de Estado, Aníbal Cavaco Silva e António Ramalho Eanes. O primeiro-ministro António Costa, o ex-dirigente do BE Francisco Louçã e a atual líder do partido Catarina Martins também marcaram presença.
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