Sporting concretiza reviravolta para fugir à crise
Leões estiveram a perder com o carrasco da Liga, mas deram a volta com um autogolo e um penálti.
Mário Figueiredo27 de Janeiro de 2022 às 01:30
Sporting - Santa Clara
FOTO: Paulo Calado
O Sporting marcou esta quarta-feira encontro com o Benfica na final da Taça da Liga ao bater o Santa Clara, por 2-1, depois de ter estado a perder.
Rúben Amorim tirou Paulinho e Matheus Nunes do onze, mas a equipa continuou a mostrar o futebol fluido, embora nem sempre objetivo. Gonçalo Inácio assumiu a zona central da defesa que estava órfã de Coates (foi para a seleção uruguaia).
Os leões entraram ainda com o trauma da derrota nos Açores para a Liga (3-2). Mas mesmo assim conseguiram ter algum ascendente na primeira metade, embora tenham sofrido um golo. Depois de uns ameaços de Nuno Santos e Sarabia, os açorianos puseram-se em vantagem por Lincoln, na sequência de um livre à entrada da área.
A reação foi quase imediata e o Sporting empatou o jogo com um autogolo de Mikel, após um cruzamento tenso de Nuno Santos, no flanco esquerdo.
O jogo ganhou ritmo. Esgaio ainda viu um golo bem anulado por fora de jogo e o Santa Clara terminou a primeira parte com uma bola no ferro da baliza de Adán. Livre tenso de Lincoln e Cryzan cabeceou para a defesa do guarda-redes, com a bola ainda a embater no poste.
Na etapa complementar manteve-se a toada de parada e resposta. Mais agressividade de ambas as partes, mas menos ocasiões de golo.
O Sporting ainda marcou um golo por Tabata, mas também foi bem anulado por posição irregular do avançado brasileiro.
Os leões acercavam-se com mais perigo da baliza de Ricardo Fernandes. Na sequência de um canto, Rui Costa, para evitar a intervenção de Sarabia, toca na bola com o braço. Após consultar o VAR, o juiz António Nobre assinalou a grande penalidade e expulsou o açoriano. O espanhol Sarabia não desperdiçou e consumou a reviravolta no marcador. Antes do apito final Paulinho ainda esbanjou um golo de baliza aberta.
Rúben Amorim, que vai disputar a terceira final consecutiva da Taça da Liga (ganhou uma pelo Sp. Braga e outra pelo Sporting), sentiu o jogo controlado e rodou jogadores a pensar no dérbi de sábado.
Sarabia foi tentando combater o marasmo o Adán – Brilhou com uma defesa para o poste, aos 45+1’. No golo sofrido de livre direto poderia ter colocado mais elementos na barreira. o Luís Neto – Pouco testado face à inoperância atacante açoriana. A atacar não ajuda. o Gonçalo Inácio – Jogou como patrão, no meio da defesa, no lugar de Coates. Um ou outro passe errado. o Matheus Reis – Respira confiança. Manteve segura a sua zona na defesa e incorporou várias vezes o ataque como se fosse ele o lateral. o Esgaio – Muito disponível a dar largura ao ataque. Marcou, mas estava fora de jogo. o Palhinha – O facto de ter sido ele o substituído e não Ugarte é indicativo da exibição aquém do que é capaz. o Ugarte – Está mais moldado para ser 6 do que 8. Mas, neste momento, joga com maior intensidade do que Palhinha. o Nuno Santos – Jogou mais como extremo puro do que ala. Fez o centro que resultou no 1-1. o Tabata – Esforçado, com remates fracos aos 36’ e aos 44’. A sua melhor execução não contou por fora de jogo. o Pedro Gonçalves – Muito apagado, talvez por ter jogado sobre a esquerda. o Sarabia - Foi o principal catalisador do desinspirado ataque sportinguista. Foi sempre pela direita que os leões criaram algum volume de jogo. Exemplar no penálti. o Matheus Nunes – Veio reforçar o ascendente leonino. o Paulinho – Quando um avançado, na pequena área, falha um golo com o guarda-redes caído no relvado e a baliza escancarada, é simplesmente... escandaloso. o Gonçalo Esteves – Somou mais uns minutos. o Rúben Vinagre – Sem tempo para fazer muito. o Tiago Tomás – Nada a dizer.
Reencontro na final entre águias e leões Benfica e Sporting reencontram-se na final da Taça da Liga 13 anos depois. Águias e leões só se defrontaram uma vez, em março de 2009, no jogo decisivo desta prova, que vai na 15ª edição. A partida terminou empatada (1-1) e os encarnados levaram a melhor (3-2) no desempate por penáltis.
"Piorámos com a expulsão" "Gostei do resultado. Estivemos bem na primeira parte, mas piorámos com a expulsão no Santa Clara (Rui Costa). Às vezes parece que gostamos de complicar", disse Rúben Amorim. Sobre o dérbi, o técnico, que tem oito vitórias em oito jogos na Taça da Liga, reparte o favoritismo. "São 50% de hipóteses para cada lado. Frente ao Benfica não será diferente", afirmou. Acrescentou ainda que a sua equipa "sente-se um pouco nervosa" face à duas derrotas na Liga.