Se no dia que antecedeu ao início da edição de 2020 do Giro d’Italia - a 103ª - lhe perguntassem quem era João Almeida, provavelmente não sabia responder. Agora, três semanas depois, o jovem ciclista das Caldas da Rainha regressa de Itália como um dos nomes mais promissores da história do ciclismo português.
Com apenas 22 anos, João Almeida conseguiu fazer o que nunca nenhum português tinha feito antes, liderar uma Grande Volta durante 15 dias. Nem mesmo Eddy Merckx, mítico ciclista belga que soma mais dias vestidos de rosa no Giro d’Italia do que qualquer outro, tinha feito melhor com a idade do português.
Joãozinho, como é conhecido em A-dos-Francos, nas Caldas da Rainha, chegou à Volta de Itália sem grandes expectativas, mas por culpa do seu talento - que nas últimas semanas foi elogiado por todos, ficou numa posição que lhe permitiu sonhar - a ele e a todos os portugueses - com a conquista na prova italiana.
O sonho cor de rosa de Almeida começou logo na terceira etapa, uma tirada de 150 quilómetros entre Enna e Etna, terra do vulcão adormecido. Foi precisamente nessas estradas feitas sob o piso vulcânico que Acácio da Silva, ciclista natural de Montalegre, venceu a segunda etapa da prova em 1989, passando a liderar a classificação da Volta a Itália e a vestir rosa.
Agora, 31 anos depois, a história voltou a repetir-se, com João Almeida a conquistar a camisola rosa no Etna e a dar início a um sonho que só acabou 15 dias depois, na 18.ª etapa, a mais dura da edição de 2020 do Giro.
Almeida conquistou o quarto lugar, mostrou-se ao mundo e, mais importante ainda, mostrou-se a Portugal. Se há três semanas poucos o conheciam, hoje há pessoas que seguiram as últimas etapas da Volta à Itália coladas à televisão, ansiosas por festejar um triunfo luso.
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