O economista e antigo ministro das Finanças Ernâni Lopes morreu esta quinta-feira, aos 68 anos, disse à Lusa fonte da família.
"É uma perda porque além do que fez tinha claramente capacidades para oferecer ainda mais e as suas últimas reflexões sobre aquilo que Portugal tinha para fazer nos anos vindouros podiam ser inspiradoras para os governantes deste país. Infelizmente não tiveram sequer a mínima intenção de o convocar para o ouvir", disse João Duque em declarações à Lusa.
Segundo João Duque, o economista e antigo ministro das Finanças foi dos poucos homens no país a enfrentar uma crise e a lidar com o FMI, tendo sabido ultrapassar a situação.
"É uma perda para o país", disse, adiantando que o ISEG orgulha-se de ter tido como aluno e professor a figura de Ernâni Lopes.
Ernâni Lopes, que admitiu em 2006 sofrer de linfoma, era actualmente director e professor do Instituto de Estudos Europeus da Universidade Católica e sócio-gerente da consultora SaeR, mas ficou conhecido dos portugueses pela sua passagem pelo Governo do bloco central liderado por Mário Soares (1983 a 1985), onde desempenhou o cargo de ministro das Finanças.
A difícil situação económica e financeira que a economia portuguesa vivia na altura, com um endividamento face ao exterior a atingir um dos valores mais altos, originou a intervenção do Fundo Monetário Internacional, levando o então ministro Ernâni Lopes a aplicar um plano de austeridade.
Para o presidente do ISEG, as reflexões de Ernani Lopes sobre a crise económica e sobre o modelo a seguir para Portugal deveriam ter sido fonte de inspiração para qualquer governo.