A informação, avançada esta quarta-feira pelo comissário José Domingos Moniz, que falava para o portal do Ministério do Interior, dá conta que a Polícia Nacional de Angola tem um total de 114.674 polícias, que garantem em todo o país a ordem e tranquilidade pública.
Segundo o responsável, do total de efetivos, 70% está distribuído pelas 17 províncias e 30% em Luanda, capital de Angola.
"Hoje, o défice de cobertura policial, a nível nacional é de 64% para os comandos provinciais e 54% para as linhas de proteção das fronteiras e dos objetivos estratégicos", disse.
José Domingos Moniz avançou que em Luanda, os efetivos estão nos órgãos que compõem as unidades de subordinação central, de doutrina e ensino, nomeadamente escolas, institutos e centos de formação, órgãos de proteção e intervenção.
"Nesta percentagem de Luanda temos ainda o pessoal em formação e 2% do pessoal em regime de inatividade temporária", explicou.
O diretor do Pessoal e Quadros da Polícia Nacional realçou que o nível de cobertura policial ainda é um desafio para Angola, se se comparar a recomendação das Nações Unidas de um polícia para 250 cidadãos.
"Entre nós são mais de 800, quer dizer que um polícia está a cobrir mais 600 cidadãos. Esta desproporcionalidade tem maior ênfase da província da Huíla, com o ?ratio' de um polícia para 1.666 habitantes - a pior cobertura ao nível nacional - Lunda-Sul com um polícia para atender 1.299 habitantes e Cuanza Sul, que conta com um polícia para atender 1.264 habitantes", especificou o responsável.
A província do Cuanza Norte é que possui melhor cobertura, com um polícia para 292 habitantes, seguindo-se o Moxico (um polícia/581 habitantes) e o Namibe (1 um polícia/588 habitantes).
O responsável destacou o papel dos comandantes, que apesar do défice "têm conseguido fazer o seu trabalho em tudo que é canto desta Angola".
Para fazer face à situação, José Domingos Moniz referiu que está prevista a integração de pessoal das Forças Armadas Angolanas (FAA) licenciado à reforma, sendo uma mais-valia o facto de estas pessoas terem já a sua inscrição salarial.
"Porque o Estado já não precisará de uma nova inscrição e, com isso, mexer no seu orçamento", clarificou.
Relativamente à qualidade dos efetivos, o responsável admitiu que é uma preocupação, frisando que 70% do pessoal é jovem, cerca de 35% está na faixa entre os 41 e 55 anos, e %% em idade de reforma.
De acordo com José Domingos Moniz, 67% dos efetivos é licenciado, dos quais 40% em ciências policiais e criminais, e pós-graduado.
"No geral, a Polícia Nacional conta atualmente com cerca de 20.000 formados, entre bacharéis, técnicos superiores, licenciados, mestres, doutores e pós-doutores em todos os ramos do saber científico e com representação de todos os grais policiais, ou seja, entre estes formados temos agentes, subchefes, oficiais subalternos, superiores e comissários", referiu.
Com os números avançados, prosseguiu o responsável, podem ser colocados uma média de 145 técnicos por província e 19 em cada um dos 164 municípios de Angola, enquanto que, no que se refere aos licenciados, há condições para colocar 48 em cada província e cinco em cada município.