"O acordo prevê que nós trabalhemos em conjunto no sentido de controlarmos a fronteira do Rovuma, trabalhando com as populações para que elas denunciem a possível movimentação dos terroristas", disse o comandante-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Bernardino Rafael, momentos após a assinatura do documento na Tanzânia, citado este domingo pelo canal privado STV.
Segundo Bernardino Rafael, além da troca de informações com a Tanzânia, que faz fronteira com a província de Cabo Delgado, o acordo prevê também a extradição de moçambicanos detidos por indícios de ligações com os grupos terroristas naquele país.
"Queremos agradecer a disponibilidade de colaboração da Tanzânia para travarmos esta situação", declarou Bernardino Rafael.
Em julho, o chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, e o seu homólogo da Tanzânia, John Magufuli, já tinham anunciado a intenção de cooperar para travar as incursões de grupos armados na província de Cabo Delgado.
Cabo Delgado, uma das duas províncias moçambicanas que fazem fronteira com a Tanzânia, está sob ataque desde outubro de 2017 por insurgentes, classificados desde o início do ano pelas autoridades moçambicanas e internacionais como ameaça terrorista.
A violência armada em Cabo Delgado está a provocar uma crise humanitária com cerca de duas mil mortes e 500 mil pessoas deslocadas, sem habitação, nem alimentos, concentrando-se sobretudo na capital provincial, Pemba.