Mecula, um dos distritos afetados, precisa de 20 tendas para o novo ano letivo que arranca no dia 31 de janeiro, anunciou Luciano Mitimbo, diretor dos serviços distritais de Educação, Juventude e Tecnologia.
Ao todo, há 852 alunos provenientes de vários povoados remotos juntamente com a população que, assustada, saiu de zonas atacadas nos últimos meses de 2021.
Naulala, Macalangem, Lichengue, Nampequesso, Mtimbo e Cuchiranga são algumas dessas localidades.
Os grupos armados vandalizaram sete estabelecimentos escolares e um bloco administrativo.
Além de espaços criados em tendas, Mitimbo referiu que alguns alunos serão acolhidos em salas da escola primária completa 16 de junho, em Mecula.
Entretanto, o conselho dos serviços de representação do Estado no distrito, em coordenação com parceiros, está a trabalhar com vista à construção de salas convencionais para as crianças na situação de deslocados.
No norte de Moçambique, ataques armados que há quatro anos afetam a província de Cabo Delgado chegaram em dezembro à província vizinha do Niassa.
Ataques esporádicos a pontos recônditos provocaram a fuga de cerca de 3.000 pessoas e a morte de, pelo menos, outras cinco.
A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
O conflito já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, de acordo com as autoridades moçambicanas.
Desde julho, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) permitiu aumentar a segurança, mas os confrontos continuam em vários pontos do norte de Moçambique.