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'Stock' das Reservas Internacionais Líquidas cabo-verdianas caiu 18,6% num ano

Cabo Verde registou uma recessão económica histórica em 2020.
Lusa 28 de Janeiro de 2022 às 09:59
Rede liderada por empresário de origem chinesa é suspeita de fraude fiscal e branqueamento de capitais
Rede liderada por empresário de origem chinesa é suspeita de fraude fiscal e branqueamento de capitais FOTO: Getty Images
O 'stock' das Reservas Internacionais Líquidas (RIL) cabo-verdianas caiu 18,7% num ano, para cerca de 520 milhões de euros no final de outubro, garantindo cerca de seis meses das importações de bens e serviços, segundo dados oficiais.

De acordo com dados do Banco de Cabo Verde (BCV) compilados esta sexta-feira pela Lusa, em julho de 2020 esse 'stock', que corresponde a divisas para garantir as importações para o arquipélago, ascendia a pouco mais 670 milhões de euros e em outubro do mesmo ano desceu para cerca de 636 milhões de euros.

"O 'stock' das reservas internacionais líquidas do país fixou-se, em 31 de outubro de 2021, nos 517,6 milhões de euros, 118,6 milhões de euros abaixo do valor registado no período homólogo", refere-se no último relatório do BCV.

O banco central já admitiu anteriormente que os dados preliminares "apontam para uma deterioração das contas externas", face aos efeitos económicos da pandemia de covid-19.

Cabo Verde enfrenta uma profunda crise económica e financeira, decorrente da forte quebra na procura turística - setor que garante 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do arquipélago - desde março de 2020, devido à pandemia de covid-19. Na prática, sem turismo, a entrada de divisas no país caiu fortemente, queda que não está a ser acompanhada na mesma proporção pelo volume gasto com as importações.

"O agravamento das contas externas estará a refletir a deterioração da balança corrente, em função sobretudo, do aumento das importações de bens e serviços", assumiu o BCV.

No primeiro trimestre de 2021, a balança corrente de Cabo Verde registou um défice de 6.674 milhões de escudos (60,7 milhões de euros), o que compara ao défice de 1.208 milhões de escudos (10,9 milhões de euros) registado no primeiro trimestre de 2020 - ainda antes da crise provocada pela pandemia -, crescimento, segundo o BCV, "explicado pelas reduções das receitas de viagens de turismo e de transportes aéreos na ordem dos 89 e 80%, respetivamente", bem como "das exportações de víveres e combustíveis nos portos e aeroportos internacionais em cerca de 40%".

Cabo Verde registou em 2020 uma recessão económica histórica, equivalente a 14,8% do PIB. O Governo cabo-verdiano admite que a economia possa ter crescido 7,2% em 2021, impulsionada pela retoma da procura turística, e prevê 6% de crescimento em 2022.

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