Farpas, acusações e até algumas ofensas. Foi assim o primeiro debate presidencial entre Donald Trump, actual presidente dos EUA, e Joe Biden, candidato democrata à Casa Branca nas eleições do próximo dia 3 de novembro.
Durante 95 minutos, os dois principais candidatos debateram vários temas, entre eles a pandemia do coronavírus, saúde, economia e questões racistas, numa conversa moderada pelo jornalista Chris Wallace, da Fox News, no Samson Pavillion, em Cleveland, no estado norte-americano do Ohio.
O candidato democrata irritou-se e chegou inclusive a mandar calar Donald Trump, depois de este o interromper várias vezes. "Vais-te calar, homem?", questionou.
- Nomeação para o Supremo Tribunal
O debate arrancou com a questão do Supremo Tribunal, uma das questões mais faladas nos últimos dias, após a morte da juíza Ruth Bader Ginsburg e a nomeação da conservadora Amy Coney Barrett para o cargo.
Donald Trump foi o primeiro a intervir, afirmando que a escolha da juíza foi um direito adquirido graças às eleições.
"Ganhámos as eleições e temos o direito de fazê-lo", sublinhou. Por outro lado, Biden defendeu que dezenas de milhares de pessoas já exerceram o seu voto e, por isso, a nomeação foi precoce. "Devíamos esperar e ver qual é o resultado das eleições", rematou.
- Seguros de saúde
Trump acusou Biden de querer pôr fim aos seguros privados de 180 milhões de cidadãos norte-americanos, acusação que o candidato democrata negou.
Quando confrontado com a alternativa ao Obamacare, uma promessa feita pelo atual presidente dos EUA aos longo dos últimos quatro anos, Trump referiu que o preço dos fármacos tem sofrido uma alteração durante o seu mandato.
Biden acusou Trump de não ter uma alternativa para melhorar o setor da saúde. "Não tem um plano", atirou.
- Trump garante que pagou "milhões de dólares" em impostos
Numa semana marcada pela revelações do jornal New York Times sobre os dados fiscais do presidente norte-americano, Trump defendeu-se: "Paguei milhões de dólares", avançou, acrescentando "E vai poder vê-los".
- Trump recusa-se a condenar grupos de supremacia branca
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recusou-se a condenar os supremacistas brancos e membros de milícias espalhados pelo país,.
"Quase tudo o que vejo vem da ala esquerda e não da ala direita", afirmou. Trump pediu então ao grupo de extrema-direita Proud Boys que "se afaste" e fique "à espera", em 'stand by'. "Alguém tem de fazer alguma coisa por causa dos antifa [antifascistas] e da esquerda", disse o Presidente norte-americano.
- Pandemia da Covid-19 nos EUA
O candidato democrata relembrou as 200 mil mortes e os mais de 7 milhões de infetados pela pandemia da Covid-19 nos EUA e lançou críticas ao desempenho do atual presidente norte-americano, acusando-o de não ter qualquer plano.
Trump contra-atacou e defendeu que "se o tivéssemos ouvido, o país tinha ficado aberto, milhões de pessoas tinham morrido, não 200 mil".
"Ele quer fechar este país e eu quero mantê-lo aberto", relembrou o presidente norte-americano.
Sobre o uso de máscaras, Donald Trump referiu coloca máscara quando acha que é preciso, criticando a posição de Biden, que defendeu que "usar máscaras salva vidas".
"Acho que as máscaras são ok. Eu uso máscaras quando é preciso. Não é como ele. Sempre que o vemos, aparece de máscara", retorquiu o presidente.
- Próximos debates:
O único debate entre os candidatos a vice-presidente, a senadora democrata Kamala Harris e o atual vice-presidente, Mike Pence, acontece no próximo dia 7 de outubro, e, Salt Lake City, no estado de Utah.
Para 15 de outubro está marcado o segundo debate entre os candidatos presidenciais, em Miami.
O último debate entre Trump e Biden acontece a 22 de outubro, na Universidade de Bermolt, em Nashville, no estado do Tennessee.