O pesadelo de morrer com falta de ar tornou-se numa realidade nos hospitais e instituições do estado brasileiro da Amazónia.
As hospitalizações têm vindo a aumentar desde o Natal, mas o mês de janeiro mostrou-se fatal. Vários centros de saúde ficaram sem oxigénio para os doentes e o número de mortos só neste estado ultrapassa já os 6.800.
Para evitar as idas aos hospitais, as famílias procuram agora as botijas de oxigénio para tratar os familiares nas próprias casas.
As falhas de abastecimento têm provocado uma corrida ao oxigénio e, consequentemente, a abertura de um novo "mercado" na capital do estado, Manaus.
A Carboxi, uma empresa familiar de fornecimento de oxigénio, passou a atender a população que chega à sua porta com pedidos de ajuda.
Uma recarga mínima está estimada em cerca de 60 euros, o que corresponde a um valor elevado para muitos cidadãos.
"Quando a minha família adoeceu, não os trouxe para o hospital. Conheço a nossa situação, os médicos estão sobrecarregados, eu mesmo cuidei deles em casa", explica a enfermeira Yuri, do hospital 28 de Agosto, citada pelo jornal "El País".
Os médicos encontram-se atualmente a dosear a quantidade de oxigénio devido ao aumento da procura pelo mesmo.
Orellana, epidemiologista do Instituto de saúde pública da Fiocruz admite que o oxigénio "servirá para prolongar a vida de quem está gravemente doente, mas não resolve o problema".
Alguns pacientes foram transferidos para outros estados para receberem tratamento hospitalar.
Em visita aquele estado, o ministro da saúde, Eduardo Pazuello, não reagiu ao problema e acabou por promover a vacinação como um alegado tratamento precoce contra a Covid-19.
A nova variante descoberta em passageiros que viajaram de Manaus para o Japão colocou já as autoridades em alerta. O Reino Unido fechou já as fronteiras aéreas com o Brasil de forma a evitar a propagação da nova estirpe.