A decisão do presidente Donald Trump de reconhecer Jerusalém como capital de Israel já está a gerar vagas de violência. Ontem, nos territórios palestinianos da Cisjordânia, pelo menos 31 manifestantes foram feridos por balas de borracha e disparos de fogo real das tropas de Israel. Os protestos multiplicaram-se pelo mundo muçulmano enquanto se avolumam as condenações da decisão de Trump, que será hoje debatida no Conselho de Segurança da ONU.
Os confrontos de ontem levaram Israel a deslocar centenas de novos efetivos para os territórios ocupados na margem ocidental do Jordão. Os protestos registaram-se enquanto o grupo militante palestiniano Hamas e o libanês Hezbollah apelaram a uma nova ‘Intifada’ contra Israel. Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, foi à TV controlada pelo grupo xiita para classificar a decisão de Trump "uma agressão flagrante" para com o mundo árabe e muçulmano. O Hamas, por seu lado, apelou a um ‘Dia de Raiva’, hoje, contra Israel. Dois rockets foram também lançados da Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, mas não chegaram ao território israelita.
O presidente russo, Vladimir Putin, e o homólogo turco, Tayyip Erdogan, falaram ao telefone e manifestaram preocupação com a decisão de Trump. Por seu lado, Federica Mogherini, chefe da diplomacia da UE, reafirmou que Jerusalém "deve ser a capital de dois Estados": de Israel e do futuro Estado palestiniano.