Um dos sócios da Lopes & Ferreira Assessoria, que terá contratado o serviço de um avião da OMNI apreendido com mais de 500 quilos de cocaína no Brasil, disse esta segunda-feira à Lusa não ter qualquer informação sobre o caso. "Sou sócio da empresa, mas é um escritório de advocacia.
Não tem nada a ver com este negócio de locação de avião. Não tenho ciência [conhecimento] disto", disse Wagner Oliveira Ferreira à Lusa. De acordo com o manifesto de voo oportunamente revelado pelo CM, a "Lopes & Ferreira" é a empresa que alugou o jato à Omni e que foi apanhado no aeroporto de Salvador com 587 quilos de cocaína dissimulados na fuselagem do Falcon.
Versões contraditórias
"A empresa está inativa faz algum tempo, vou entrar em contacto com o meu sócio para ver do que se trata. Não sei disto. Não estou trabalhando devido à pandemia. Estou em casa. No escritório eu praticamente estagiava, via os processos, era um escritório de advocacia", acrescentou Wagner Oliveira Ferreira.
João Loureiro confirma que a empresa que alugou o avião não foi quem o convidou para ir ao Brasil. No entanto, o advogado de Rowles Silva, um lobista brasileiro com quem Loureiro mantém relações de amizade e profissionais, garantiu ao CM que Loureiro teria ido ao Brasil a convite da Lopes & Ferreira Assessoria.
PJ investiga
A Polícia Judiciária abriu uma investigação em Portugal, paralela à investigação brasileira, e já tem na sua posse os elementos recolhidos pelas autoridades daquele país. A investigação foi aberta com base no pressuposto de que os atos preparatórios do crime de tráfico de estupefacientes foram cometidos no nosso país - com a preparação do avião para poder transportar a cocaína - e já foi aberto o inquérito.
É no âmbito desse mesmo inquérito que foi apreendido o carro do cidadão espanhol que se encontrava estacionado no aeroporto de Tires, desde o dia em que o avião seguiu para o Brasil. A droga tinha sido dividida em embalagens com indicação de marcas desportivas famosas. Na lista de passageiros do jato estava João Loureiro, antigo presidente do Boavista Futebol Clube, que já foi ouvido pela Polícia Federal (PF) brasileira.