A Polícia brasileira deteve uma funcionária do supermercado Carrefour que também estará envolvida na morte de João Alberto Freitas, o homem negro, de 40 anos, que foi espancado até à morte por uma dupla de seguranças daquela cadeia de supermercados, na semana passada.
O motivo é o facto de Adriana Alves Dutra ser agente de fiscalização da cadeia do Carrefour onde as agressões ocorreram, em Porto Alegre, surgindo nas imagens de vídeovigilância divulgadas por cidadãos que presenciaram o espancamento de João Freitas. Pelo seu cargo, e pelo dever e poder de comandar os dois seguranças, as autoridades consideram que Adriana devia ter ajudado a evitar tal episódio.
Uma das testemunhas oculares do crime diz mesmo ter sido ameaçada pela agente de fiscalização do Carrefour, por estar a filmar as agressões.
Recorde-se que o
brutal crime, cujas imagens circulam nas redes sociais e abriram todos os telejornais matinais de sexta-feira, aconteceu quinta à noite, dia 19, véspera da comemoração em todo o Brasil do Dia da Consciência Negra. A vítima foi ao supermercado, que fica perto da sua casa, na zona norte de Porto Alegre, fazer compras com a mulher, que assistiu horrorizada a tudo, mas ao chegar ao caixa discutiu com a funcionária por motivos ainda não esclarecidos. A funcionária chamou a segurança, e João Alberto foi levado para fora da área de compras do Carrefour.
No estacionamento do supermercado, os dois seguranças, um deles também polícia, que estava de folga, asfixiaram o cliente com uma "gravata", e, com João Alberto já completamente dominado, desferiram-lhe uma serie de golpes violentos, nomeadamente murros e pontapés.
João Alberto gritou desesperadamente por ajuda, mas nem a mulher, que implorava aos agressores para pararem o espancamento, nem outros clientes do supermercado conseguiram evitar que o pior acontecesse.
Em comunicado, o Carrefour repudiou o crime e informou que demitiu os agressores e igualmente o gerente da loja, que não impediu o espancamento.