Os serviços de segurança do Reino Unido e dos EUA foram esta segunda-feira acusados de "falha grave" depois de se ficar a saber que o britânico que fez quatro reféns numa sinagoga do Texas, no sábado, tinha cadastro e simpatias extremistas conhecidas há pelo menos duas décadas. Não se percebe, por isso, como é que Malik Faisal Akram, de 44 anos, conseguiu viajar do Reino Unido para os EUA sem que os alarmes tivessem soado.
Malik Akram tinha sido alvo de uma rara Ordem de Exclusão, ditada em 2001 por um tribunal de Blackburn, cidade onde vivia, depois de multiplicar insultos às autoridades a seguir ao atentado que arrasou as Torres Gémeas, em Nova Iorque. Elogiou também os autores do atentado e disse lamentar não ter podido participar nele.
Foram detidos, entretanto, dois adolescentes no Sul de Manchester, por presumível relação com Malik e com o sequestro, e agentes do FBI viajaram para o Reino Unido para investigar o caso em cooperação com a polícia britânica.
O irmão de Malik, Gulbar, disse que o irmão sofria de perturbações mentais, condenou as suas ações e pediu desculpa às vítimas. Disse ainda que, a pedido da polícia, ele e outros familiares contactaram Malik durante o sequestro, que durou mais de dez horas, mas não conseguiram convencê-lo a render-se. Akram, que foi abatido pela polícia, exigiu durante o sequestro a libertação da terrorista Aafia Siddiqui, que se encontra detida nos EUA.