As medidas entrarão em vigor na quarta-feira durante, pelo menos, uma semana, disse o porta-voz da unidade de luta contra o vírus do Irão, Alireza Raïsi, num discurso televisivo.
As restrições serão aplicadas em 25 capitais provinciais e 46 condados de todo o país, acrescentou, referindo que serão encerradas universidades, centros educacionais, escolas, cinemas, teatros, museus, cabeleireiros, piscinas, pavilhões de desporto, mesquitas e cafés.
Essas medidas são uma extensão das já introduzidas em Teerão e em 43 municípios do país nas últimas semanas.
Face aos números recorde de infetados e mortos relacionados com a covid-19, os especialistas e as autoridades da saúde pediram um confinamento total da população na capital Teerão.
"A doença espalhou-se na província e a situação na cidade de Teerão é pior do que o que o Governo revelou até agora", denunciou hoje o diário Etemad.
"Os territórios ou cidades de alto risco devem ser colocados em quarentena total por duas ou três semanas", defendeu o chefe do departamento de virologia do hospital Masih Daneshvari, Alireza Naji.
O Irão não impôs qualquer confinamento desde o início da epidemia no país, em fevereiro, porque, segundo o Presidente, Hassan Rohani, a economia do país, já restringida por sanções internacionais, não teria como sobreviver.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 45,6 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Os Estados Unidos são o país com mais mortos (229.710 e também com mais casos de infeção confirmados (mais de nove milhões).
Seguem-se, em número de mortos, o Brasil (159.477 mortos, mais de 5,5 milhões de casos), Índia (121.641 mortos e mais de 8,1 milhões de infetados), México (91.289, mais de 918 mil infetados) e Reino Unido (46.229 mortos, mais de 989 mil casos).
A Rússia, com 27.787 mortos, é o quarto país do mundo em número de infetados, depois de EUA, Índia e Brasil, com mais de 1,6 milhões de casos, seguindo-se França, com mais de 1,3 milhões de casos e 36.565 mortos, Espanha, com mais de 1,1 milhões de casos e 35.878 mortos, Argentina, com mais de 1,1 milhões de casos e 30.792 mortos, e Colômbia, com mais de um milhão de casos e 31.421 mortos.
As medidas para combater a covid-19 paralisaram setores inteiros da economia mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou que a pandemia reverterá os progressos feitos desde os anos de 1990, em termos de pobreza, e aumentará a desigualdade.