Deputados de diversos partidos de oposição ao governo do presidente Jair Bolsonaro conseguiram reunir o número mínimo de assinaturas para criar uma CPI, Comissão Parlamentar de Inquérito, que apure as supostas irregularidades do ex-juiz e, hoje ministro da Justiça, Sérgio Moro na condução da operação anti-corrupção Lava Jato.
Esta operação condenou mais de 100 arguidos, entre eles o ex-presidente Lula da Silva. O número mínimo de assinaturas de parlamentares exigido pelas normas internas do parlamento para a instauração de uma CPI, 171, foi alcançado na passada quinta-feira.
O pedido baseia-se, entre outros aspetos, nos vazamentos feitos nas últimas semanas pelo portal online de investigação The Intercept Brasil de mensagens privadas trocadas entre Moro e o chefe do Ministério Público na Lava Jato, o procurador Deltan Dallagnol, que parecem mostrar que ambos combinavam ações e versões, às vezes alegadamente à margem da lei, para conseguirem condenar arguidos.
Pela lei brasileira um juíz só julga e, por isso, tem de manter total isenção entre os defensores e os acusadores dos arguidos, não podendo favorecer nem agir em conjunto com alguma das partes.