Um casal de portugueses a residir em Espanha foi detido pela Guardia Civil por ter explorado pessoas de várias nacionalidades, obrigando-as a realizar trabalhos mal pagos em campos agrícolas e a viver em condições precárias.
As vítimas eram aliciadas com a promessa de trabalho bem pago, seguro de Saúde, alojamento e refeições, mas, após aceitarem a proposta, eram ameaçadas e agredidas pelo casal que as sujeitava a trabalho precário.
A polícia espanhola anunciou este sábado a detenção do homem de 41 anos e a mulher de 42 em Hormilleja, nos arredores de Logroño, em La Rioja. Os dois são os alegados autores, em diferentes graus, de um crime contra os direitos dos trabalhadores e outro de maus-tratos.
Era em Madrid, capital espanhola, que o casal recrutava as vítimas. O homem e a mulher aproveitavam-se das más condições de vida destas pessoas, em risco de exclusão social, para as aliciarem com as promessas de trabalho. Depois de convencerem os alvos, estes eram levados para a comunidade autónoma de La Rioja, no norte de Espanha, onde eram explorados em diferentes campanhas agrícolas.
Viviam em condições precárias e sob ameaça constante, chegando a ser alvo de agressões físicas.
As promessas de um bom salário, seguro de Saúde, alojamento e refeições não passavam de uma grande mentira e estes trabalhadores viam o salário ser reduzido para pagar o alojamento e alimentação que lhes era disponibilizada.
A pandemia de Covid-19 veio agravar ainda mais a condição de vida destas pessoas. Desde o início do estado de emergência em Espanha - 15 de março - deixaram de poder trabalhar e acabaram por não receber o salário. Alimentavam-se com os restos deixados pelos empregadores e sobreviviam com ajudas de vizinhos ou serviços sociais.
SAIBA MAIS
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Operações da Guardia Civil em Espanha desmantelaram várias redes que se dedicavam à exploração de trabalhadores em La Rioja e Huesca.
Explorados e agredidos
A investigação desencadeada pelas autoridades espanholas descobriu, entre outras, as situações precárias de duas pessoas, de 48 e 32 anos, oriundas do Brasil e da Roménia, que viviam no subsolo das casas dos empregadores em condições que colocavam em risco as próprias vidas e onde eram sujeitos a contínuas agressões físicas.