Um surto do novo coronavírus foi detetado numa das maiores fábricas de produtos alimentares do Reino Unido, a Bakkavor, em Newark, depois de oito funcionários terem testado positivo. O caso está na mira das autoridades de saúde inglesas porque um dos responsáveis pelos armazéns foi filmado, em segredo, a ameaçar os funcionários que qualquer um que apanhasse Covid-19 e tivesse que ficar doente em casa seria imediatamente despedido.
Segundo a imprensa inglesa estão, para já, registados oito casos de infeção com o novo coronavírus na fábrica, onde trabalham mais de 1600 pessoas. A empresa em questão assegura que está "a trabalhar em conjunto e proximidade com o Ministério da Saúde" para controlar o caso.
Operários relatam que as regras de segurança e prevenção da transmissão do novo coronavírus não eram seguidas à risca, como o distanciamento social ou a quarentena obrigatória para quem regressa de regiões consideradas de alto risco de contagio com a Covid-19.
A fábrica deu que falar em abril, quando um vídeo divulgado pelo The Guardian mostrava Sean Madden, Gestor de Operações, em plena pandemia, a desvalorizar a doença. "Temos que despedir 200 pessoas no mês que vem e eu não vou olhar para quem tem vindo trabalhar, vou preocupar-me é com quem não tem querido vir trabalhar. Se olharmos para as 45% de pessoas que temos doentes, se calhar só 5% delas é que têm mesmo coronavírus, as outras não querem é vir trabalhar", diz o responsável nas imagens, acrescentando que o distanciamento físico na fábrica "é impossível".
Sindicatos consideraram as declarações "inadmissíveis" e exigiram uma investigação do governo britânico ao caso. Agora, com a detecção do surto, as autoridades de Saúde inglesas irão avaliar se de facto as diretrizes, regras e orientações para combater o novo coronavírus estão a ser cumpridas no local.