Há demasiados sinais de violência na sociedade portuguesa. Estamos a atravessar um momento delicado. Recuperados da pandemia, ficámos com cicatrizes pessoais, familiares e coletivas.
Reconstruímos à pressa a normalidade assim que nos foi possível. Muitos de nós não tivemos tempo sequer para chorar os que nos morreram. Como um todo, ainda não fizemos o balanço de tudo o que aconteceu. Sobretudo, de tudo o que perdemos, energia acumulada ameaça explodir, descontrolada. Parece raiva, mas é desespero.
Quando um jogo de bola acaba em batalha campal. Quando um programa de entretenimento normaliza a agressividade. Quando todos nos confrontamos com a fúria destruidora de um jovem de 18 anos, que se preparava para o inominável.
Algo vai mal.
Precisamos de travar estes sinais de violência que crescem como uma metástase.