Numa Europa inquieta e onde o medo é um sentimento predominante, a forma tranquila com que decorreram as celebrações do Centenário das Aparições não pode deixar de constituir um motivo de orgulho.
Contudo, na minha retina, mais do que os milhares de peregrinos ou a tranquilidade com que decorreram as celebrações, ficou o pavilhão da Escola Prática de Polícia em Torres Vedras, onde inúmeros colchões espalhados pelo chão serviram de albergue às centenas de ‘peregrinos’ da GNR ali em serviço.
Terá sido uma situação excecional, fruto das particularidades da missão em que estavam empenhados. Uma situação excecional e um alojamento de recurso, embora a operação de segurança já estivesse a ser montada há meses e as condições oferecidas pudessem ser mais condignas.
O grande problema é que nas forças e serviços de segurança, tal como na ASAE, tudo é de recurso: os meios humanos, as viaturas, os equipamentos, as carreiras, as remunerações... Os polícias sempre em segundo! E o que deviam ser carreiras aliciantes ao serviço do cidadão, transformam-se em autênticas provas de fé.