Nos meus tempos de escola tinha um colega, o Zé, um puto atrevido. Era o alvo preferido do professor, que lhe perguntava sobre todas as matérias. O Zé estava normalmente na Lua, o que obstava a responder às perguntas que lhe faziam.
Lembro-me do dia em que o professor, à espera de resposta a uma pergunta, lhe disse: "Puxa pela cabeça, Zé." E o Zé, reguila, colocou as mãos na cabeça e gritou: "Eu bem puxo, mas não sai nada."
Tudo isto para dizer que, sobre a situação da CGD, nomeadamente à recusa dos administradores em entregarem as declarações de rendimentos, isto depois de lhe terem sido atribuídos salários principescos, estou como o Zé - Eu bem puxo pela cabeça, a tentar encontrar uma justificação para esta posição da administração da CGD, mas não consigo encontrar.
Então aqueles homens pensam que podem gerir a coisa pública sem cumprirem as regras de uma democracia que se quer cada vez mais transparente?
Se não estavam dispostos a cumprir as regras relativas à transparência, então não aceitassem o cargo. Deviam ser eles a fazer questão de que tudo fosse claro e transparente. Este braço de ferro vai correr-lhes mal, podendo mesmo acabar com a sua saída da CGD.