A atribuição do Nobel da Literatura a Bob Dylan transformou-se numa sátira perfeita à degradação dos valores culturais. Para o bem ou para o mal, a escolha anual do Nobel é das poucas armas que restam para a promoção da leitura na sociedade moderna.
Galardoar um músico é uma cedência ao populismo que abraça o ocidente, e reduz a quase nada um dos últimos focos de resistência contra a incultura.
A recusa de Dylan em estar presente na cerimónia em Estocolmo é uma lição do cantor americano aos supostos sábios suecos, que só não terão corado de vergonha porque lhes falta a noção do ridículo, entrincheirados que estão nas suas torres de marfim.