Pouco se conhece dos resultados da Cimeira da União Europeia (UE) ocorrida há dias em Bratislava. Entre as questões que constavam da respetiva agenda estava o famoso Brexit.
Parece que - tirando a primeira-ministra britânica, mas essa não abre o jogo - ninguém consegue saber ao certo quem ganha ou quem perde com o Brexit. De resto, a questão também não vai ser fácil para o próprio Reino Unido embora por razões que lhe são próprias.
De facto, o governo britânico poderá ter dificuldades com uma Escócia que, aspirando à independência, optou pela UE. Porém, na Irlanda do Norte onde 56% dos eleitores também escolheram a permanência na UE, as dificuldades vão ser maiores. Se essa região não pode nem quer tornar-se independente, uma alternativa seria integrar-se na República da Irlanda, ainda que salvaguardando uma grande autonomia.
O problema é que tal solução neutralizaria os acordos que têm permitido acalmar o histórico conflito entre as comunidades católica e protestante locais. Além de que, sem os investimentos e sem o apreciável apoio financeiro que recebe da Grã-Bretanha, a Irlanda do Norte teria de apelar à ajuda da Irlanda ou da própria UE. Quem quer pagar a fatura?