Com a esquerda a "cair como uma fruta podre", por causa da crise económica e dos atentados - como escrevia um jornal francês -, resta ao País um mal menor.
François Fillon, o antigo primeiro-ministro de Sarkozy, surge nas sondagens como o mais bem colocado para derrotar a líder da extrema-direita em 2017 - se é que depois das vitórias do Brexit e de Trump ainda se pode confiar em sondagens.
Fillon, que se apresenta como um "liberal social" admirador de Thatcher, sem que nisso veja qualquer contradição, cavalga o discurso da defesa dos valores franceses e da família porque "as crianças precisam de sentir orgulho da sua nacionalidade".
E é este discurso, bem como as suas promessas de adoção de políticas pouco flexíveis para com os imigrantes muçulmanos, que colhe apoio na extrema-direita tradicional da grande filha de Le Pen.
A França vive hoje com o detetor de metal chegado à roupa e é isso que irá orientar o voto em 2017, mais do que a cor do candidato às urnas. Em França, como em qualquer país ocidental sob a guilhotina dos fundamentalistas islâmicos. E sob essa perspetiva, eles já ganharam.