A guerra em Israel faz-se agora à faca. O governo do Estado judaico classifica os agressores como terroristas para assim iludir o essencial: Israel, país criado em terras roubadas, é um Estado com contas por saldar com a História.
Enquanto humilhar os palestinianos e não os tratar como seres humanos, não haverá paz. A violência que se abate sobre israelitas inocentes é sintoma do desespero de pessoas cansadas da violência de um poder ocupante.
O historiador israelita Zeev Sternhell resumiu a questão no ‘Le Monde’: "É contra a colonização contínua dos territórios conquistados em 1967 que se revoltam de novo os palestinianos. Percebem que a colonização visa perpetuar a inferioridade palestiniana e tornar irreversível a situação que nega ao seu povo os seus direitos fundamentais."
E o primeiro deles é o de viverem numa pátria que a expansão de Israel torna impossível. "Só o acordo da população local ao [dito] ‘retorno judeu’ poderia tê-lo dotado de um direito histórico possuidor de legitimidade moral", escreveu Shlomo Sand, outro judeu, num livro em que explica as anomalias da criação de Israel.