O presidente polaco disse que os refugiados têm "parasitas" potencialmente perigosos para os europeus. Afirmação lapidar, esta, que nos remete para tempos em que o mundo se dividia entre nós e os bárbaros, sendo que estes se distinguiam, desde logo, pela falta de higiene.
Na Atenas dos tempos de Platão, os estrangeiros não ganhavam direitos de cidadania, não participando na decisão dos destinos do Estado.Tantos séculos volvidos, a xenofobia não mudou nem nas convicções nem na linguagem e o combate aos ‘bárbaros’ recorre ainda às mesmas armas.
Os muros, por exemplo, eram prática corrente de defesa contra vagas migratórias na Grécia Antiga e no Império Romano, matriz civilizacional da nossa Europa.Como os muros da Hungria com a Croácia e Sérvia demonstram, os hábitos, especialmente os maus, têm vida longa.
Diz-se que Roma caiu por excesso de generosidade com os estrangeiros. Na verdade, terá caído por não ter integrado devidamente os ‘bárbaros’, que, cansados de maus-tratos, fomentaram a revolta que derrubaria o Império.
As lições da História são tão diversas quanto os seus intérpretes.