A minha figura do ano chama-se Sónia Melo.
Não está nas manchetes; os leitores que vão ao Google e estabeleçam a ligação entre os estudos avançados sobre cancro e o trabalho desta investigadora de 34 anos.
Diante disto, as figuras políticas (e as suas ligações à construção, à banca e ao armamento) não interessam para nada; o combate à doença das doenças tem toda a prioridade. Do seu trabalho no Ipatimup, na Harvard Medical School, e no MD Anderson Cancer Center resulta que podemos conhecer melhor a forma como se processa a progressão da doença e como podemos localizá-la a tempo, tratá-la ou monitorizá-la.
Num mundo que sofre permanente e dolorosa ameaça do cancro, há milhares de cientistas que se ocupam dessa escuridão onde Sónia Melo abriu uma luz de esperança. São coisas assim, discretas, que nos libertam.
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Citação do dia
"Não há ‘balanços’ porque não existem interrupções. Um dia anterior é igual ao dia seguinte"
João Gonçalves, no blogue Portugal dos Pequeninos
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Sugestão do dia
Livros do ano (13): Uma ideia muito atual: combater o "crescimento infinito" e a obsessão pelo crescimento. É a tese de Andrew Simms em ‘Travar o Apocalipse’: precisamos de parar de crescer e começar a viver (Temas e Debates).