Se nos fiarmos no efeito bola de neve da super terça, então temos um problema: a grande hipótese que a esquerda tinha de se recompor, Bernie Sanders, abandonará o ringue.
Seria este senador que podia mais facilmente derrotar Trump e o seu neo-fascismo. Sanders é genuíno enquanto Trump finge ser espontâneo. Sanders é financiado por pequenas contribuições e Trump não precisa do patrocínio de ninguém. Sanders apresenta uma alternativa ao status quo, Trump finge ser contra o sistema.
Um duelo Bernie Sanders-Donald Trump seria um combate épico, o herói e o arqui-inimigo. Seria absolutamente clarificador. Já um confronto Donald Trump-Hillary Clinton é perigoso.
Trump fará valer até à última gota todos os seus trunfos, do sonho americano ao seu populismo louco. Já a Hillary Clinton sobrará a defesa do establishment e a ordem sucessória (que os republicanos toleram melhor na família Bush do que os democratas na linhagem Clinton).
Enfim, a previsível saída de cena de Sanders representa a possibilidade de o próximo presidente dos EUA ser Donald Trump. Será a vitória das grandes fortunas e do Big Brother.
Os Estados Unidos da América passarão a ser uma gigantesca, bronzeada e reluzente quinta das celebridades.