Amanhã, o 1º de Maio, Dia do Trabalhador, é feriado nacional como acontece desde 1974, por decisão da Junta de Salvação Nacional, logo dois dias após o derrube da ditadura de Salazar e Caetano. Antes, a data era apenas de folga para poucos.
Havia feriados municipais em meia dúzia de concelhos, com argumentos de tradição e também de resistência ardilosa. Mais notório era o facto de os jornais não se publicarem por vontade determinada dos tipógrafos, então autêntica aristocracia cultural da classe operária por trabalhar com letras.
As origens do 1º de Maio remontam em muitos países para além da tradicional referência da greve dos operários americanos de Chicago, em 1886, pelo limite das 8 horas de trabalho diário. Em França, o 1º de Maio é dia do ‘muguet’ – flor lírio-do-brejo ou lírio-do-vale, em português – desde o século XVI. Para se diferenciar, a revolução de 1789 criou um dia do trabalho a 26 de abril.
As diferentes ideias ver-se-ão amanhã, em Paris, em desfiles separados de sindicalistas, apoiantes FN de Le Pen e outros.
Uma última nota: o 1º de Maio que a democracia portuguesa aprovou ao terceiro dia demorou três anos a ser reconhecido pelo poder comunista na URSS de Lenine.