De acordo com estudos e entre outros factores, as questões agro-alimentares, climatéricas e demográficas vão suscitar novos problemas e mais necessidades em cuidados de saúde. Estaremos confrontados com novas e mais doenças raras e com novas doenças crónicas e de maior cronicidade.

Em termos demográficos, devido à longevidade e inerente deterioração dos sistemas, aparelhos e órgãos, teremos milhões de pessoas a viver mais anos com várias doenças crónicas, com elevada diminuição da sua autonomia e em situações de dependência diversa.

Para além da inovação, os desafios em termos de respostas em cuidados de saúde são enormes. Os cuidados necessários requerem mais conhecimento integrado e articulado nos processos terapêuticos. Mais e melhor funcionamento de equipas multiprofissionais, mais inter e transdisciplinaridade.

Neste quadro, terá vantagem regular legal e autonomizadamente os denominados "actos" específicos de cada uma das profissões de saúde? Nenhuma. Só vai potenciar conflitos entre profissionais que, diariamente, trabalham "lado a lado".

Para já, o Ministério da Saúde, com a sua proposta de Lei sobre esta matéria e que constitui uma afronta à autonomia e dignidade da enfermagem, empurra os enfermeiros para "Greves sem quartel".