Portugal parece um país moderno, mas depois há isto. A elite que devia servir de exemplo tem atitudes retrógradas, que contribuem para a subalternização da mulher.
Ora é um juiz que considera que o adultério justifica violência doméstica; ora é um ex-PM progressista que, descobre-se agora, mantém uma espécie de harém informal.
Questiono a capacidade de um juiz que, para criticar o adultério, usa o livro de uma religião que começa com uma jovem a engravidar de Outro que não o seu marido.
PS – ao classificar o acórdão como típico de sociedades muçulmanas, os críticos da misoginia praticam islamofobia. Cautela para a indignação não se transformar em reaccionarismo.