Com o fim do ano a aproximar-se, lá vem a miserável polémica sobre a distribuição de algumas migalhas extra pela pobreza assalariada do País. Referimo-nos às negociações sobre a proposta de aumento do salário mínimo de 530 para 557 euros: ou seja, mais 27 euros por mês, o equivalente a um café e meio por dia…
Apesar de conhecerem há um ano o valor proposto pelo Governo, as confederações patronais encaram este aumento do salário mínimo com a usual relutância máxima, procurando talvez obter mais algumas contrapartidas.
A retórica é a do costume: o desemprego, a situação das empresas, a questão da competitividade… Sucede que agora o emprego está a aumentar, as exportações a subir, a economia a crescer alguma coisa e depois há uma ‘geringonça’ que contesta uma economia assente no velho modelo de salários baixos.
Como disse o primeiro-ministro, um acordo de concertação social seria "ótimo" e até devia "ir mais longe do que os 557 euros em 2017"... Mas já se está mesmo a ver como a coisa vai acabar: com o Governo a usar a sua competência exclusiva para fixar o valor proposto, pois mais importante do que concertar posições é fazer o que está certo.