Quando as europeias mostraram que Seguro não tinha conseguido protagonizar o desespero das vítimas da austeridade, a imposta pela troika e o suplemento além dela, que Passos e Gaspar prometeram e cumpriram, Costa foi, para muitos milhões, a imagem da esperança. Tanta, que um partido garantido para o líder por regulamentos férreos quebrou grilhetas e afastou a fraca liderança por uns avassaladores 68%.
Depois, foi um longo compasso de espera, em que o tempo necessário e justo para preparar um programa credível conviveu, incompreensivelmente, com uma oposição quase silenciosa, que muitos observadores, e nem sequer desafetos – Pacheco Pereira à cabeça –, chamavam de fazer de morto, para a vitória aparecer, como herança, quando o Povo fosse a votos.
Entretanto, a coligação pôs, triunfantemente, no terreno, uma leitura da crise e da sua governação, com o sucesso que as últimas sondagens espelham.
A duas semanas das eleições, vai ser necessário que Costa profira as palavras que, com verdade, soem a amanhã; e não teremos a paz dos cemitérios.