Seria suposto que o 11 de Setembro de 2001 tivesse sido o ponto de viragem no combate ao terrorismo Islâmico e que, a partir daí, a estratégia de implementação de medidas acrescidas de segurança produzisse efeitos de estanquicidade à prática do terror. Dezasseis anos passados, receio que o único resultado positivo palpável se traduza na melhoria de segurança nos transportes aéreos.
O publicitado combate ao Daesh, implementado de acordo com os interesses políticos e económicos das grandes potências ocidentais, obrigou o terrorismo a moldar a sua forma de atuação a uma nova realidade. Despojado agora de complexas formas de estrutura organizativa e financiamento, substituiu a poderosa e massiva capacidade bélica que o caracterizava pelo incitamento à ação com meios rudimentares e de uso quotidiano.
Os recentes atentados em Inglaterra, além do clima de insegurança e intranquilidade que se alastra a toda a Europa, deram início à discussão quanto à necessidade de incremento de medidas que abrem caminho a restrições de liberdade e cidadania.
Não permitiremos que além das vítimas mortais e dos feridos, o terrorismo afete os alicerces da democracia e a Paz fique cada vez mais longe.