Há dois grandes derrotados nestas autárquicas, o PSD e a CDU. Passos Coelho escolheu muito mal os candidatos a Lisboa e Porto, figuras cinzentas, sem ponta de carisma.
Acima deste desastre nas escolhas, o mais grave: os portugueses não esquecem os anos de austeridade, que o líder do PSD corporizou, e este não esquece os seus saudosos tempos de primeiro-ministro.
Passos pensa que deve voltar ao cargo, num exercício de negação dos factos presentes que só a psicologia poderá explicar.
Os próximos dias serão decisivos para os futuros anos do PSD. Com Passos como líder da oposição, basta a Costa uma boa conjuntura internacional para ver a maioria absoluta cair-lhe no colo em 2019.
Quem tudo fará para que Costa não tenha essa maioria será Jerónimo de Sousa, o outro grande derrotado destas autárquicas.
Os próximos meses serão muito interessantes, com Costa numa natural estratégia de aproximação ao centro; e os partidos à sua esquerda numa corrida às propostas mais irreais e despesistas.
Nesta fase de leilão das esquerdas, à direita, uma figura está a afirmar-se no espaço nacional.
Assunção Cristas bateu o PSD em Lisboa e tem condições para expandir este crescimento no País.
Assim o PSD continue refém do passado onde se mantém aprisionado Passos Coelho.