"O que o Governo acaba de fazer é uma renegociação da dívida. É trocar uma dívida que tinha o juro mais elevado, por uma dívida nova com juro mais baixo. Isto é simplesmente renegociar dívida, não é reduzir o nosso endividamento."
Quem assim se exprimia em fevereiro de 2015 comentava a pretensão do governo de Passos Coelho de querer antecipar o pagamento de 14 mil milhões ao FMI e poupar 200 milhões em juros. Saltemos o suspense. O autor da afirmação é o atual primeiro-ministro, o mesmo homem que rejubila agora com a antecipação do pagamento de duas tranches do resgate no valor de dois mil milhões de euros. Enfim, política.
Costa, tal como Passos o foi, mostra ser um "bom aluno europeu", no caso o melhor entre os países que se encontram em situação mais delicada. Portugal está a cumprir o percurso delineado e tomou as medidas para corrigir o défice. Por isso, não há congelamento de fundos.
Tal como o seu antecessor, António Costa tem cumprido, o mesmo aconteceu com Mário Soares. Não há volta a dar. As dívidas são para serem pagas. E, ao contrário do que defendia um suposto escritor de pouco sucesso, não devem ser apenas geridas.