A pandemia não abalou o poder de António Costa, até o reforçou. O País ficou ainda mais dependente do Estado. A crise sanitária deixou um rasto de morte e destruição económica, mas o Governo tem duas armas essenciais para vencer a guerra. A vacinação revela sinais de aceleração e é possível sonhar com um verão perto do nível de imunidade de grupo. Mas é com a distribuição dos milhões da bazuca que esta crise brutal será aliviada.
No outono, há autárquicas que, após o precedente de há 20 anos , quando Guterres saiu por temer o pântano, também serão uma sondagem sobre o Governo. E esta sondagem terá leitura especial em Lisboa, onde o PSD tem um candidato forte.
As vacinas e a bazuca são armas poderosas de Costa, mas há erros que pesam. Desde a gestão atabalhoada da pandemia ao buraco da TAP há muitos pontos fracos. E não faltam casos anedóticos como as despesas da presidência da UE, sobretudo digital, mas que não poupou em vinhos, camisas, fatos e brindes. Se Costa não tiver cuidado, as armas que tem podem não ser suficientes para ficar descansado nas eleições, que serão lidas como umas primárias para as legislativas.