A pedido da troika, que quer um "consenso alargado" para o que aí vem, o primeiro-ministro chamou o líder do PS – e António José Seguro lá foi, ontem à tarde, como um penitente em tempo de Quaresma, a arrastar a cruz de um partido sem voz, sem ideias, sem alternativas.
Seguro é que foi lá fazer de Senhor dos Passos: a ida à residência oficial do primeiro-ministro, que humildemente justificou como uma "obrigação institucional", não passou de uma condoída estação da via-sacra que começou na condenação à austeridade e só vai acabar no sepulcro. Nunca o País esteve tão bem representado pelo líder do maior partido da oposição: a beatitude de Seguro é o nosso triste calvário.