Aos primeiros sinais de circulação exagerada da população, incompatível com a urgência de baixar os contágios, o Governo decide reforçar algumas proibições.
O fim das vendas ao postigo, atividade que junta multidões à porta de cafés, é essencial para quebrar cadeias de transmissão. O fecho de passeios marítimos e a proibição de paragem em bancos de jardins e parques são outras formas de reduzir o convívio entre pessoas que não coabitam.
O regresso da proibição de mudar de concelho aos fins de semana é, porém, o mais relevante. O confinamento mais estrito que esta limitação representa transporta-nos para o período pré-natalício, e pode indiciar que António Costa está arrependido das decisões em redor da quadra. As palavras dos políticos contam, como se disse recentemente noutra latitude. O tom do primeiro-ministro foi o certo. Esta é a fase mais perigosa da doença.
É fundamental a ajuda de todos nós para evitar o colapso da saúde. Mas as regras, além de claras, devem incluir um quadro de sanções bem definido, a aplicar com agilidade, para evitar que tudo se resuma à boa vontade coletiva.
Como já se viu, de boas vontades está o inferno da pandemia cheio.