Espanha já iniciou o debate sobre o que fazer na Semana Santa. Compreende-se. Para os católicos, a Páscoa é tão importante como o Natal. Sem ressurreição, o nascimento não teria ganhado dimensão divina. Jesus Cristo seria apenas recordado como um homem à frente do seu tempo. E a Igreja morria ali.
Os números Covid do outro lado da fronteira não são famosos, ainda que melhores que os nossos, o que leva as autoridades de saúde espanholas a admitirem, desde já, que será praticamente impossível qualquer tipo de celebração. A questão centra-se em saber que restrições aplicar, onde e o que confinar. Ou seja, prever, antecipar, planear – esse demónio que tanto incomoda o Governo e, sobretudo, a ministra da Saúde.
Por cá, e tendo em conta o que se passou na quadra natalícia, tenho ideia que não há ideia nenhuma de como será o período pascal. Logo se vê. Pouca importa os milhares de portugueses que guardaram férias para esta altura ou programaram uma visita à terra. Que esperem sentados.
É triste. Cada dia que passa torna-se mais difícil entender a gestão da pandemia. Uma Via Sacra.