A vida portuguesa tem sido fértil em investigações judiciais. A elite que governou o País nos últimos 20 anos tem sido chamada a explicar negócios incompreensíveis e as teias de interesses que, em tantos casos, delapidaram o erário público. Desse grupo, poucos são os que se mantêm em funções numa sociedade mais vigilante e menos tolerante perante o erro, tal é o nível de prejuízo que nos impingiram.
O futebol, contudo, vive numa bolha. Os dirigentes, que tantas vezes se sentaram à mesa com os rostos do passado, têm permanecido tranquilos nos seus lugares, resistindo aos sinais da mudança dos tempos. As suspeitas que recaem sobre Pinto da Costa, tal como a investigação a Vieira, que forçou a sua saída, e até os indícios que no passado apontaram diretamente para ex-figuras secundárias, devem fazer-nos pensar no tipo de futebol que pretendemos.