Jorge Moreira da Silva saiu derrotado na corrida pela liderança do PSD, mas deixa votos para que Montenegro tenha "êxito, o seu êxito é o nosso êxito".
"Sabia perfeitamente ao que vinha quando me demiti da função de diretor geral da OCDE, que o contexto era adverso", diz Moreira da Silva durante o discurso no final das eleições e acrescenta: "Não podia deixar de estar presente num contexto que sentia, e sinto, que o PSD está perante um problema estrutural."
O candidato derrotado disse ainda que não teve o apoio de nenhuma estrutura distrital, de nenhuma estrutura autónoma, à exceção das Mulheres Sociais Democratas, mas que a campanha "cumpriu os objetivos".
"Sabia, quando avancei que estava desafiar uma probabilidade", conclui Moreira da Silva.
Jorge Moreira da Silva, que perdeu hoje a presidência do PSD para Luís Montenegro, não rejeitou uma nova candidatura à liderança no futuro, mas assegurou que irá contribuir para a unidade do partido.
"Os militantes do PSD podem continuar a contar comigo. Eu não tenho feito nada para andar na guerrilha, nem na beligerância, contribuirei agora para a unidade do PSD e, tanto eu como os meus apoiantes, daremos todas condições ao doutor Luís Montenegro para liderar o PSD com a sua moção e a sua equipa", afirmou, na declaração final na sede de campanha.
"A política sem risco é uma chatice e sem ética é uma vergonha", disse, citando Sá Carneiro.
"Eu estou na minha bicicleta, o doutor Luís Montenegro está na sua, fazemos parte da mesma equipa do PSD [...]. Nunca me passou pela cabeça saltar para a sua bicicleta, o que interessa é que a equipa se possa mobilizar para vencer europeias, autárquicas e legislativas", apontou.
O social-democrata Luís Montenegro foi hoje eleito 19.º presidente do PSD com 73% dos votos, vencendo as eleições diretas a Jorge Moreira de Silva, que alcançou 27%, segundo os resultados provisórios anunciados pelo partido.