Mariana Vieira da Silva falava em conferência de imprensa, no final da reunião do Conselho de Ministros, no Palácio da Ajuda, em Lisboa, confrontada com as declarações feitas esta quinta-feira pela coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, que pediu ao Governo "mais concretização" e "menos jogo político" nas negociações do Orçamento.
Na resposta, a ministra afirmou que "têm sido dados passos muito relevantes de aproximação", reiterando a posição transmitida pelo secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, sobre as negociações com BE, PCP, PEV e PAN sobre o Orçamento do Estado para 2021.
"Nós julgamos que temos condições para aprovar um Orçamento que, efetivamente, responda à crise como sempre defendemos, neste caso, vários de nós, que era possível responder à crise: com políticas que, em vez de a aprofundarem, a possam contrariar", acrescentou Mariana Vieira da Silva.
"É nisso que estamos empenhados, é nisso que estamos a trabalhar", reforçou, escusando-se a prestar mais declarações sobre este assunto "nestes últimos dias de trabalho em torno do Orçamento".
Está previsto que o Governo entregue a proposta de Orçamento do Estado para 2021 na Assembleia da República no dia 12 de outubro.
A ministra de Estado e da Presidência referiu que "o trabalho interno ao Governo e em contacto com os outros partidos tem sido bastante intenso".
Mariana Vieira da Silva escusou-se a falar de medidas concretas, como o novo apoio social proposto pelo BE: "Aguaremos por reuniões que estamos a realizar, algumas setoriais, outras mais transversais".
Nesta conferência de imprensa, a ministra da Presidência destacou que esta quinra-feira o Conselho de Ministros aprovou "dois diplomas que estavam previstos no Orçamento do Estado para 2020", com vista a "cumprir as diferentes medidas" acordadas nessa negociação.
A ministra referiu-se ao decreto-lei que estabelece um regime excecional para a integração de 2.995 trabalhadores no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e a outro que "alarga até ao terceiro escalão a eliminação do impacto dos rendimentos dos filhos" na atribuição do Complemento Solidário para Idosos.
"São duas medidas de muitas que temos vindo a implementar e que estavam previstas no Orçamento para 2020, algumas já aprovadas, outras a aprovar até ao fim deste ano", realçou.