Um homem acusado de ter comprado viaturas em nome da ex-companheira através de um esquema fraudulento, e que tinha cartões falsos de deputado, oficial de justiça e um dístico reservado a diplomatas, conhece esta quinta-feira o acórdão, em Loures.
Segundo a acusação do Ministério Público (MP), a que a Lusa teve acesso, o arguido, atualmente com 63 anos, "engendrou um plano para adquirir [dois] veículos, entre 2002 e 2003, através de financiamento bancário", utilizando os documentos da mulher, sem o seu consentimento, para "desresponsabilizar-se por eventuais incumprimentos no pagamento das prestações acordadas, o que veio a acontecer".
Durante buscas realizadas em maio de 2010, as autoridades encontraram na casa do suspeito, em Alguber, concelho do Cadaval, um cartão de identificação de deputado da Assembleia da República e um cartão de livre-trânsito e identificação de oficial de justiça, nos quais constavam o seu nome e a sua fotografia.
O MP sustenta que o arguido nunca exerceu funções de deputado ou oficial de justiça, acrescentando que os documentos foram "fabricados de forma fraudulenta" para usufruir das respetivas vantagens perante terceiros e autoridades policiais.
No interior de uma garagem, que o homem tinha arrendado no concelho de Sobral de Monte Agraço, foi apreendido um dístico colocado numa das duas viaturas aí guardadas, com a sigla CC, o qual é utilizado exclusivamente para identificar veículos dos corpos consulares com representação em território nacional.
O arguido responde por dois crimes de burla qualificada, dois crimes de falsificação agravada e cinco crimes de falsificação ou contrafação de documento, dois na forma agravada. A leitura do acórdão está agendada para as 14h00 na Instância Central Criminal de Loures, juiz 6.