O ex-banqueiro João Rendeiro chegou esta quarta-feira às 8h30 (hora local) ao tribunal criminal de Durban, África do Sul, e teve de ser transferido de volta para a esquadra de Verulam por falta de luz nas instalações judiciárias. Devido à falta de condições, a audiência mudou para o tribunal de família, localizado à frente do tribunal criminal.
O ex-banqueiro disse à CMTV que não está a desafiar as autoridades portuguesas.
A audiência ao ex-banqueiro ficou marcada por várias falhas elétricas. Já na sala do tribunal de família, a sessão atrasou-se devido a uma falha informática. Momentos depois tiveram de mudar de sala por esquecimento de password do computador.
A decisão sobre o pedido de libertação sob caução do ex-banqueiro João Rendeiro só ficará a ser conhecida às 09h00 de sexta-feira, através do magistrado sul-africano Rajesh Parshotam.
Esta quarta-feira, o magistrado ouviu durante cerca de três horas os argumentos da defesa, que propõe a libertação em troca de 40.000 rands (2.187 euros), e do ministério público sul-africano, que se opõe.
Declarações em tribunal
Durante a audiência, a defesa de João Rendeiro acusou a Polícia Judiciária de sensacionalismo e garante que ex-banqueiro foi ameaçado na prisão. Os advogados contestaram ainda os dois mandados de detenção e referiram que foram apreendidos três iPad's e quatro telemóveis sem mandado de apreensão.
João Rendeiro, citado pelo advogado, garante que está preso por pressão jornalística e que vive com poucos recursos. Ainda citado pela defesa, o antigo banqueiro garante que os bens estão arrestados em Portugal e que só tem conta nos EUA e na África do Sul.
"Tenho uma VPN que custa 12 dólares", afirma o advogado citando Rendeiro.
A defesa leu a biografia de Rendeiro e referiu que o ex-banqueiro foi alvo de várias acusações no âmbito do colapso do BPP e que esses processos "foram injustos".
"Tenho uma mulher em Portugal", afirmou Rendeiro citado pelo advogado, referindo ainda que devia sair sob fiança e que está preocupado com a Covid-19 que se espalha muito rapidamente nas cadeias.
A defesa de Rendeiro propõe fiança de cerca de dois mil euros e apresentações periódicas.
O Ministério Publico leu uma cronologia dos factos, relembrou os crimes cometidos por João Rendeiro e acusou o ex-banqueiro de gozar com Portugal. O procurador referiu ainda que Rendeiro tem família em Portugal e não pode ser visto como residente na África do Sul, onde nem tem imóveis.