Pelo menos 203 turistas portugueses no Brasil tiveram os cartões bancários, de crédito e débito, clonados no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, Brasil. O mesmo aconteceu com 1218 cartões de outros países de todo o Mundo. Um dos membros da rede estava em Portugal, instalado na Costa da Caparica, onde fez levantamentos com os dados duplicados de 19 cartões lusos, até ser detido pela PJ de Setúbal a 20 de novembro de 2018.
Segundo a acusação do Ministério Público, a que o
CM teve acesso, e pela qual o homem de 48 anos, brasileiro, está agora a ser julgado em Lisboa, os dados clonados dos cartões e respetivos códigos pessoais eram transmitidos pela rede no Brasil ao arguido, que andava entre Portugal e Espanha. Eram gravados por ele nas bandas magnéticas de cartões de hipermercados e gasolineiras e usados em caixas multibanco.
No seu computador tinha "uma aplicação informática própria para efetuar a leitura dos dispositivos de captação dos dados das bandas magnéticas de cartões bancários ea gravação desses dados noutras bandas de outros cartões comuns", descreve o Ministério Público.
A investigação da PJ de Setúbal listou os cartões clonados que se apurou terem sido usados e no julgamento há pedido de indemnização pelos bancos Santander Totta, Activobank e BCP. Entre 7 e 20 de novembro de 2018, fez levantamentos em centros comerciais e zonas turísticas de Lisboa, Costa da Caparica, Setúbal e Sintra.
Tentou centena e meia de operações bancárias, no valor total de 14 860 euros, mas dessas apenas 25 foram aceites pelo sistema bancário, concretizando com efetivo levantamento a quantia de 4700 euros, refere a acusação.
Confessou alguns dos crimes O alerta à PJ partiu da Paywatch, entidade que, em Portugal, é responsável pela deteção de fraudes com meios de pagamento emitidos por instituições bancárias, e que levou ao cancelamento dos cartões verdadeiros. Quando foi apanhado, o homem tinha cartões clonados e os dados de 1218 outros guardados no computador.
No inquérito, admitiu parcialmente os factos. Está em prisão preventiva por falsidade informática, passagem de moeda falsa e burla informática. O MP pede condenação e expulsão, e proibição de entrada em Portugal.